Eduardo Schamne: Posicionamento político, para além da esquerda e direita


Como estão meus amigos internautas? Espero que bem!  Hoje eu vim falar sobre uma das muitas aberrações produzidas em terras tupiniquins, e não, não estou falando do tiozão de meia idade que se diz liberal na economia e conservador nos costumes. Estou falando dessa disputa ridícula de esquerda vs direita que se instalou desde as eleições de 2018 no país, onde ou você é sobrinho de Mussolini ou então amante de Stalin. Queridos, a política, assim como quase tudo na vida é muito mais do que esse binômio fascista x comunista ou então mortadela x coxinha.

Antes de continuarmos a descontruir essa horrenda imagem bipolar, vamos aos conceitos básicos. O que é ser de esquerda e de direita? Me faltariam dedos se eu fosse abordar toda a teoria política a fundo, então eu vou tentar explicar de uma forma que não fique confusa e eu não pareça um completo idiota. Vamos lá, observe o gráfico abaixo:

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Ele representa os chamados espectros políticos, conservador, liberal, direita e esquerda. Vamos voltar no tempo, e aqui já aviso que a história a seguir está cheia de generalizações. No continente europeu, especialmente na França, as monarquias absolutistas começaram a cair – leia-se decapitaram os monarcas safados – o povo já não aguentava mais pagar tantos impostos para sustentar os luxos da corte – “se o povo não tem pão que comam brioches”, disse a rainha Maria Antonieta – a situação estava cada vez mais insustentável, os que defendiam os luxos e a continuidade da monarquia  se situavam a direita no espectro político, enquanto que os que buscavam a liberdade socioeconômica ficavam a esquerda. Eis que as monarquias acabaram, e novos grupos começaram a surgir, ainda mais para a esquerda, sendo assim, aqueles que se livraram da monarquia absolutista, já não queriam mais tantas mudanças e passaram a ser a nova direita. E até aí tudo certo, temos um binômio perfeitamente dividido, ou você é esquerda ou direita, simples assim.

Ocorre que com o tempo, cada vez mais grupos novos foram surgindo, os quais possuíam as mais diversas características, e foi necessário se acrescentar mais um eixo nesse agora imperfeito sistema de posicionamento político. Dividiu-se então em dois eixos:

Eixo horizontal: Trata do posicionamento em relação à economia, quanto mais à direita, menos o estado vai intervir na liberdade econômica, o chamado “livre mercado” como é sonho da direita, e quanto mais a esquerda, maior a presença do Estado para regular esse mercado.

Eixo vertical: Corresponde a posição em relação a liberdade social, quanto mais para cima, mais conservador, e quanto mais para baixo, mais liberal/progressista você é. A liberdade social refere-se a assuntos como o casamento LGBT, adoção por casais homoafetivos, liberação do abordo, alteração na política de drogas, liberdade religiosa, constituição familiar e assim por diante.

Dito isso, eu preciso falar um negócio aqui: Não dá pra sair por aí chamando todo mundo de comunista, nazista, fascista, socialista - que aliás, é um posicionamento diferente do comunismo - entre outras coisas.

Precisamos ter inteligência e ESTUDAR o que significa cada elemento das estruturas sócio-políticas, em que pese eu ache estranho alguém defender que a economia seja auto regulada por uma “mão invisível” e queira regular com quem o vizinho dele vai se deitar - como é o caso do tiozão de meia idade que eu dei exemplo lá no início do texto - temos que ter propriedade para lidar com essas antinomias, pois, não me parece coerente ser liberal na economia e conservador nos costumes.

E já que estamos aqui tratando dos eixos de posicionamento político, confira abaixo o posicionamento de diversas personalidades dentro dos espectros políticos que abordamos hoje:

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E você, sabe qual seu espectro político? Não? Então corre fazer o teste: https://www.idrlabs.com/pt/coordenadas-politicas/teste.php, Não esquece de comentar o resultado do seu posicionamento lá na página do Matéria pública, ok?

Nas próximas semanas iremos aprofundar nossas leituras por esses campos políticos que nos cercam, sempre com muito bom humor, clareza e objetividade de pensamento. Desejo que fiquem bem e se puderem fiquem em casa. Beijos, Edu.

PS: Caso você tenha ficado curioso com o resultado do meu posicionamento, é esse aqui ó:

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Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do Matéria Pública.



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